domingo, 17 de julho de 2011

Dias de Inverno e Lareira.

Gosto menos do inverno, muito menos, como diz meu filho, quando não tem umidade que tudo encharca, tem nevoeiro, ou geada, e quando não ocorre geada, chuvas intermitentes. Mas nada no mundo é totalmente ruim ou totalmente bom, sempre há dois lados.
            O nevoeiro tem o seu que de mistério envolvendo vultos e paisagens ao longe, a geada mata muitos cultivos úteis, mas também elimina insetos nocivos. As chuvas...Não há nada mais gostoso que ouvir os grossos pingos de chuva batendo no chão trazendo o cheiro de terra molhada, o som dos pingos ressoando no telhado, ver os animais correr à procura de refúgio e a natureza toda gotejando, lagos e açudes enchendo e a água sobrando e correndo sobre taipas e, encerrada a faina, o dia se estende  sombrio e quieto e a noite quase sempre traz no frio as estrelas faiscantes no firmamento e o som em coro  dos sapos pelos pântanos.
            Para mim, é um período para aconchego e de certa reclusão, as sombras da manhã se prolongam e as da tarde se adiantam e a vida vai se resumindo em cumprir  as tarefas essenciais e a se preparar receitas cheirosas e fumegantes que aquecem o corpo e são degustadas pela família reunida junto ao fogo da lareira e os livros me levam a sair  do meu lugar comum e a conhecer outras primaveras e a magia do sol da meia noite.

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