quinta-feira, 14 de julho de 2011

Amanhecer em Hügel Wind.

Já me disseram certa vez, que prá se viver de verdade em um sítio, é preciso levantar cedo e dormir não tão tarde que não consiga fazer o primeiro. Grande parte da beleza do campo, na verdade, reside nestes dois extremos, em minha opinião, os amanheceres são misteriosos e os anoiteceres espetaculares. Cedo da manhã,quando o dia está iniciando a apenas algumas horas, tudo está quedado, apenas frio, orvalho, brumas, somente a lua e as estrelas soberanas e nítidas no céu. O silêncio paira e o dia é ainda uma interrogação.
            Ao atravessar o pátio passo por entre árvores e plantas ainda disformes e Duas Meias, sonolenta, me espia de sua casa. Aos poucos o silêncio começa a ser quebrado, o balido das cabras que começam a ver movimentação humana, o cantar estridente do galopara anunciar um novo dia, as vacas mugindo por pasto, os pássaros tímida e alternadamente em meio a vegetação se manifestam. Numa seqüência os sons matutinos vão surgindo cada vez mais intensamente, o caminhão do leite ronca no morro e os gansos grasnam no açude, latas e tampas retinem, o ônibus escolar recolhe o vozerio estridente ao longe, o jornaleiro zunindo larga o jornal.
            E quando se vê, as luzes que a pouco eram intensas, sumiram em meio aos sons e repentinamente o sol lança seus raios sobre a terra e eles aparecem entre os grandes e longos colmos verdes do bambuzal e num piscar de olhos  o mistério foi desvendado e um novo dia surge cheio de possibilidades e surpresas.

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